domingo, 15 de julho de 2012

Escolhendo a escola para os filhos!!!!!

Escolher uma escola para os filhos é tarefa difícil e de grande responsabilidade!!!!
Meus filhos vão para a escola desde o berçário! Na realidade só um deles efetivamente foi para um berçário, pois apesar de confiar os cuidados a pessoas que trabalhava comigo ,nao sentia que ela além dos cuidados fosse dar atenção, chamegos e parar para brincar como eu desejava! Já o segundo filho freqüentou uma semana de aula, pois como já estava com outra pessoa trabalhando em casa, ela percebia o tanto que ele havia mudado de comportamento e estava mais nervoso com a adaptação da creche e me sugeriu que deixasse aos cuidados dela, e claro que dei uma chance e até hoje sou muito agradecida a ela porque se dedicou, brincou, deu carinho para meus pequenos e para mim tranqüilidade !
Então primeiro de tudo, é ver se voce tem uma pessoa de confiança para cuidar dos seus filhos, pois se tem acho que é muito melhor ficarem em casa nos primeiros 2 anos pelo menos!!!! Caso contrario, comece a procurar uma creche com ambiente limpo e saudável, com espaço suficiente para se locomoverem, com estímulos que toda criança precisa ter, e com profissionais capacitados! Ficar atendo todos os dias ao comportamento da criança e a par de tudo que acontece na escola!
Na educação infantil ainda precisamos nos preocupar com o espaços das salas, a estrutura dos parquinhos, atividades extras que são oferecidas ( musica, bale, judo, psicomotricidade, informática, ingles ) até porque os conteúdos nao são o forte na educação infantil e sim , possibilidades de brincar, socializar e interagir. A facilidade de escolher a mais próxima da sua residência ou do seu trabalho é bem interessante!
Portanto o ensino fundamental que se inicia na serie do primeiro ano precisa-se de cuidados especiais, tais como a metodologia , quantidade de alunos por serie, atividades curriculares , valorização dos professores, até porque profissionais que são mal pagos nao vão fazer o melhor de si!!! O espaço físicos e opções de parquinho entre outros já deixam de ser importante pois, eles mal vão ter horarios disponíveis para brincar , agora a brincadeira é deixada um pouco de lado e os estudos começam para valer! Enfim, uma escola conhecida e com um nome a zelar já passa a ser um ponto importante, a reciclagem dos professores, as assessorias que eles sao submetetidos para determinados conteúdos, os componentes curriculares e lógico ver se o seu perfil e do seu filho se encaixam, se os seus interesses estao de acordo com os proporcionados pela escola! O medo de errar é incrível , pois é uma grande responsabilidade a educação, mas se eventualmente achar que errou então nao perca tempo vá em busca da escola ideal para você!
Coloquei meus filhos numa que achei a ideal, com a valorização dos esportes, musicas, teatro,uma estrutura gigantesca que favorecem os pequenos e os grandes, focada na educação católica, ou seja, no meu ponto de vista uma escola completa , mas que com o passar do ano fui vendo e comparando com outras escolas e senti uma defazagem nos conteúdos que para mim é o ponto chave!!!! A minha alternativa foi ir em busca de outra escola, que tambem ė bastante conhecida porém seu único e exclusivo foco é o pedagógico!!!! Estou com um medo enorme de estar fazendo a troca errada , mas nao acho justo me omitir em uma situação que nao esta me agradando!!!

Achei um artigo ótimo que me iluminou bastante minhas idéias a esse respeito, me deu o norte que estava precisando.


Texto retirado da veja:
Autor:Gustavo Ioschpe
Titulo: O que você faria pelos seus filhos?


Gustavo Ioschpe

Autocontrole - A clássica experiência de Walter Mischel em que para comer um segundo marshmallow a criança tem de resistir à tentação de devorar rapidamente o primeiro. As que resistiram por mais tempo tiveram mais sucesso na vida (Diomedia)

Em um experimento que virou um clássico, o psicólogo Walter Mischel criou o seguinte cenário na Universidade Stanford no fim dos anos 60: crianças de 4 anos de idade foram colocadas em uma sala pequena, que continha um marshmallow em uma mesa. O pesquisador explicava à criança que ele teria de sair, deixando-a sozinha na sala. Se, quando ele voltasse, a criança tivesse resistido à tentação de comer o doce, ela ganharia mais um marshmallow. Se capitulasse e o comesse, não ganharia mais nada. Anos depois do experimento, Mischel foi acompanhando informalmente o progresso daquelas crianças e notou que havia uma correlação entre o tempo que elas conseguiram esperar antes de comer o marshmallow e vários indicadores de bem-estar. Quase vinte anos depois do estudo original, Mischel e colegas mediram objetiva e cuidadosamente suas características, e os resultados foram surpreendentes: vários dos atributos mais importantes para seu sucesso podiam ser previstos pelo tempo a que resistiram ao marshmallow aos 4 anos de idade. Uso de drogas, peso corporal e até os resultados no SAT, o vestibular americano, estavam significativamente associados ao autocontrole demonstrado diante das guloseimas. A capacidade de sacrificar um pequeno ganho presente (comer um doce) pela possibilidade de um ganho maior no futuro (dois doces) se relacionava com o bem-estar em dimensões bem mais sérias ao longo de toda a vida.

Países são mais complexos que pessoas, e o estado de um país não é igual a uma simples soma dos atributos de seus habitantes. Mas creio que a diferença entre o todo e a soma de suas partes também não pode ser muito diferente, especialmente se esse país é uma democracia. E quero postular aqui que grande parte dos problemas que o Brasil enfrenta se deve à nossa incapacidade de fazer essas trocas intertemporais, de aceitar sacrifícios presentes para colher ganhos futuros. A tese não é original — Eduardo Giannetti já a traçou com mais brilhantismo e sutileza em seu livro O Valor do Amanhã —, mas me parece merecer mais atenção do que a que lhe é costumeiramente devotada.

Se tivesse de fazer um resumo grosseiro do que é o processo de desenvolvimento econômico, diria que depende de pessoas, dinheiro e instituições. Quando falo de pessoas, quero dizer produtividade, já que as outras variáveis — como o número de horas trabalhadas ou a fatia de pessoas empregadas — podem rapidamente bater em um limite intransponível, enquanto a produtividade pode aumentar indefinidamente. E ela está diretamente relacionada à educação. No quesito dinheiro (capital), a variável mais importante é a taxa de poupança. Que, grosso modo, determina aquilo que os agentes econômicos poderão investir. Sem investimento não há crescimento.

Por instituições, entenda-se o arcabouço jurídico que garante estabilidade e previsibilidade a empreendedores e trabalhadores, especialmente no que tange à proteção da propriedade. Desses três fatores, só as instituições não são, direta e explicitamente, fruto de trocas intergeracionais. Fazer poupança e criar um bom sistema educacional são atividades em que o sacrifício dos pais está umbilicalmente atrelado ao bem-estar dos filhos. E creio que não é por acaso que o Brasil fracassa em ambas. Temos não apenas um dos piores sistemas educacionais do planeta como também uma taxa de poupança historicamente baixa (de 18% do PIB em 2010, contra 52% na China, 32% na Índia, 34% na Indonésia, 32% na Coreia do Sul, 24% no México e uma média de 30% nos países de renda média, como o Brasil, segundo dados do Banco Mundial). Esqueça o pré-sal: não estamos conseguindo acumular o combustível que realmente importa para impulsionar nosso desenvolvimento.

Esses dados são costumeiramente expostos nas páginas de jornais e revistas, e a análise que sempre os acompanha, tanto no caso da poupança quanto no do ensino, é que é tudo culpa do governo. Que não planeja o longo prazo, que não controla gastos, que é corrupto e perdulário. Tudo isso é verdade, mas nosso governo não é um ente exógeno que chegou do espaço sideral para meter a mão em nossos impostos: nós o colocamos lá. E, apesar de ser doloroso reconhecê-lo, as ações dos políticos espelham as nossas.

Olhe para a nossa vida privada. Literalmente, desde o seu nascimento o brasileiro sai em desvantagem, pela impaciência de mães e médicos: nossa taxa de partos por cesariana (44% em 2011) é a mais alta do mundo, segundo a Unicef. A incapacidade de se controlar está chegando também à nossa cintura: logo que as famílias saíram da pobreza e passaram a poder consumir um pouco, o perfil nutricional do brasileiro passou da subnutrição diretamente para o sobrepeso. Entre 1989 e 2009, a obesidade infantil mais do que quadruplicou. Hoje, um de cada seis meninos de 5 a 9 anos de idade é obeso. Segundo o Ministério da Saúde, 49% dos brasileiros têm sobrepeso.

Quando falamos de escolas, a indisposição do brasileiro para sacrifícios é ainda mais aparente. Em Xangai, fui visitar a família de um aluno humilde escolhido aleatoriamente e vi algo que imagino ser raríssimo no Brasil: no modesto quarto e sala da família, os pais dormiam em um apertado sofá-cama na minúscula sala ao lado da cozinha, enquanto o filho tinha o quarto espaçoso para si. A prioridade era o estudo do filho.

Quando você leu o título deste artigo, provavelmente respondeu a si mesmo: "Eu faria de tudo pelo meu filho". Mas, se você for um brasileiro normal, a resposta real terá sido: "Tudo, desde que não atrapalhe o meu estilo de vida". Você topa trabalhar duro para pagar uma boa escola, e acha que por isso mesmo é que a escola não deve exigir de você que se envolva com os estudos do filho quando chegar em casa cansado, à noite. Várias vezes eu vi pais carregando filhos pequenos chorosos em restaurantes em horários em que estes deveriam estar dormindo. Há dois meses, usando a mesma lógica do "não tinha com quem deixar a criança", um sujeito levou o filho de 8 anos para explodir e roubar um caixa eletrônico. Já ouvi muito pai querendo colocar o filho em escola perto de casa — raramente encontro gente se mudando para deixar o filho mais próximo de escola boa.

Entre poupar para dar uma segurança aos seus filhos e comprar a geladeira nova, você opta pela geladeira. Mesmo que nem tenha o dinheiro e se comprometa com prestações a perder de vista. Entre renegociar uma Previdência impagável e empurrar o problema com a barriga, escolhemos o segundo. E, quando a nossa irresponsabilidade cobra a fatura, queremos que o governo segure nossas pontas. O livro A Cabeça do Brasileiro mostra que 83% de nós concordamos que o governo deve socorrer empresas falimentares. Inacreditáveis 70% gostariam que o governo controlasse os preços de todos os produtos do país. Queremos o retorno garantido, sem topar correr os riscos. Queremos desfrutar tudo aquilo que os países ricos têm, sem termos de trabalhar o que eles trabalharam para chegar lá. Queremos um futuro glorioso, desde que isso não signifique sacrificar nada do presente. Essa conta não fecha. Jamais fechará.

Antes de exigir dos outros que melhorem nossas escolas, hospitais ou estradas, vamos precisar olhar para nós mesmos e decidir se estamos dispostos a pagar, com sacrifícios no presente, o preço de ser o país do futuro. Ou se continuaremos a ser a eterna promessa, que comeu o doce da mesa assim que o adulto saiu da sala.

Achei bastante interessante esse artigo, não dá para levá-lo ao pé da letra, mas serve para fazermos uma reflexão das nossas prioridades.


Dica: comece a procurar a escola no mês de julho, muitas já começam suas pré-matriculas em agosto, e quanto mais cedo for melhor será atendido pois, o fluxo de entrevistas com os pais ainda é pequeno nessa época.